Orientadora Educacional - Psicopedagoga

O dia a dia de zero a cinco

Este espaço foi criado para pais , mães e todos os profissionais que tenham interesse em refletir sobre desenvolvimento infantil de crianças de zero a cinco anos.


Meu propósito é trazer temas interessantes como dificuldades de aprendizagens, a importância do pensamento e linguagem na infância, organização, currículo e funcionamento de creches e centros de educação infantil, cuidar e educar, organização do espaço e tempo na infância,limites, brincadeiras, teatro, música, informática, inclusão, literatura, relações entre pais, mães, professores e escola, entre outros.


Entrem, deixem suas dúvidas, críticas, sugestões e comentários.


Sejam bem-vindos!


Um abraço!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dificuldades de Aprendizagem

O termo 'Dificuldade de Aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje muitas vezes é confundido por pais, escolas e professores como uma simples desatenção em sala de aula.
A  dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais e pode afetar qualquer área do desempenho escolar e na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, mas os pais e demais membros da família devem ficar atentos também. A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grandes repercussões na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas como a  disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Segundo especialistas, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem apresentar desde cedo um maior atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos do que o considerado 'normal'.

Mas os pais têm que ter cuidado para não confundir o desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender. Toda a criança tem um processo, um ritmo diferente de desenvolvimento. Umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais tarde e isso é absolutamente normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento. 
Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração.
Mostre para a criança o quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentive-a  a desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão boa,  procure manter a calma, não rotule , ao contrário, elogie, isso irá fortalecer sua auto-estima.
Lembre-se, ninguém é bom em tudo!
Se  você observou alguma dificuldade no seu filho, que lhe chamou atenção, ou a escola  lhe chamou para conversar, é importante que o acompanhamento seja feito por uma equipe multidisciplinar que deverão estar envolvidos com um único objetivo: ajudar a criança!
Por isso é imprescindível que os pais conheçam seus filhos, conversem freqüentemente com eles e participem do seu dia a dia para que possam detectar quando algo não vai bem.
 
Outra coisa, as dificuldades de aprendizagem devem ser analisadas e compreendidas não somente como uma falha individual da criança que resiste em adequar-se ao "pré-estabelecido", mas como uma confluência de fatores que incluem a escola, a família, os professores e o sistema de relações sociais envolvidos. O impacto positivo do ambiente familiar sobre o desempenho da criança na escola depende de dois fatores: experiências ativas de aprendizagem que promovem competência cognitiva e um contexto social que oferece autoconfiança e interesse ativo em aprender.
Crianças que apresentam algum tipo de dificuldade escolar recebem menos atenção de seus pais, uma vez que as próprias dificuldades ocasionam certo desgaste na relação afetiva.Embora as dificuldades de aprendizagem estejam ligadas a múltiplos fatores, elas são sobremaneira sustentadas pelo meio familiar, escolar e social, e a forma como estes sistemas, em especial a família, definem essa dificuldade, terá um papel decisivo na evolução e resolução do problema, pois as dificuldades de aprendizagem expressam uma personificação dos conflitos familiares e emocionais que não foram manifestos explicitamente  permanecendo muitas vezes no inconsciente da criança, de forma velada.
Como Psicopedagoga sempre me chamou atenção a angústia e a tensão com que as famílias encaravam as dificuldades educacionais de seus pequenos, principalmente na época da alfabetização formal.



A família se preocupa e se desgasta em acompanhar o filho e esquece que alfabetização vem muito antes da entrada da criança na escola. O que eu quero dizer com isso? É que muitos pais culpam a escola antes de se responsabilizarem pela educação de seus filhos.

Não é uma questão de se encontrar culpados, mas sim de encontrar soluções.

Muitas vezes a criança apresenta dificuldades numa determinada escola, simplesmente porque não gostou do ambiente, do espaço, da forma como ela foi tratada, como é sua relação com a professora com os amigos, ou a metodologia não foi adequada às suas necessidades, e por aí vai.



Muitas vezes basta mudar de escola que cessam todos os sintomas descritos acima. Por quê? Porque a metodologia é diferente, as relações que se estabelecem são diferentes, a organização, o espaço e o tempo de atividades são diferentes, enfim, são múltiplos fatores.

Ballone (2004) afirma que as dificuldades de aprendizagem não devem ser tratadas como se fossem problemas insolúveis, mas como desafios que fazem parte do próprio processo da aprendizagem. Também considera necessário identificar e preveni-las mais precocemente, de preferência ainda na pré-escola.
Porém, não é simples afirmar que uma determinada condição psicossocial age como causa ou consequência na vida de uma criança.
Uma criança que apresenta dificuldade de aprendizagem, provavelmente, já passou por diversas cadeias de circunstâncias desfavoráveis para o seu desenvolvimento e essa dificuldade, se persistir, também acarretará novos prejuízos psicossociais, que, por sua vez, também contribuirão para a manutenção ou intensificação das dificuldades de aprendizagem.

Como vocês podem ver, não é uma questão simples de se resolver, requer avaliação  e acompanhamento multidisciplinar, e cada caso requer um encaminhamento diferente.

Espero que tenham gostado.

Até breve!


Dr. Geraldo José Ballone, médico psiquiatra e escritor, nascido em Paulínia interior do estado de São Paulo. Professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da PUC- Campinas(SP) de 1980 à 2002.

Uma excelente dica para leitura!

6 comentários:

  1. Este blog é de grande importância para todos nós educadores, pois nos ajudará bastante a descobrir as dificuldades dos nossos alunos. Isto evitará também de lhe rotularmos de forma inconveniente pensando assim que são desenteressados.


    Marly Moraes Sampaio Santos

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  2. Obrigado Marly, espero sempre poder contribuir da melhor forma possível.
    Grande abraço!

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  3. Parabéns!!! LI ALMEIDA , ADOREI SUA POSTAGEM FOI DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA ME.TENHO PAIS QUE NÃO ACEITA QUE OS FILHOS TEM ESSA DIFICULDADE. E ACABAM COBRANDO MUITO DE NÓS EDUCADORES E DA ESCOLA.

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    1. Boa noite Angel, fico feliz em saber que vc gostou da minha postagem. Estou à disposição caso queira deixar sugestões também.
      Um abraço.
      Obrigado!

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  4. Boa tarde, estou começando a cursar pedagogia e a faculdade jah esta iniciando a disciplina de metodologia da pesquisa, o que nos levar a começar a pensar em TCC, me interessei nesse tema, se vc tiver fontes que eu possa pesquisar, te agradeço.
    Parabéns pelo post!

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    1. Olá, obrigado, fico feliz que vc gostou do meu blog. Durante minha experiência profissional, muitos livros me deram respaldo para a minha prática. Nessa postagem em questão falo sobre diversas dificuldades. Então, será um prazer ajudar vc, para isso gostaria que vc me dissesse qual a dificuldade de aprendizagem exatamente vc quer fazer seu TCC. No meu caso me especializei em Dislexia.
      Aguardo retorno,
      Att

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